Discurso de posse do Professor Lourival Ferreira do Nascimento
Ilustríssimas Autoridades.
Caríssimos (as) Educandos, familiares, profissionais da UEEs
José Álvares de Azevedo
Jamais poderíamos começar este cerimonial sem agradecer. Agradecer a cada aluno, a cada familiar, a cada profissional que a partir de sua participação nesta Unidade Especializada tornou possível a antiga aspiração das pessoas cegas e sua associação, qual seja,ver a educação dos deficientes visuais do Estado do Pará sendo conduzida por um profissional cego. Muito obrigado por esta oportunidade.
Permitam-me dizer, que isto significa bem mais que uma oportunidade. O ato de cada um de vocês significou a resposta perfeita de cinco décadas de trabalho sério, comprometido, de qualidade pelos deficientes visuais. Significou também, um ato de fé. Fé na capacidade das pessoas cegas em conduzir seu destino, reescrever sua história, superar as limitações de sua condição humana. Fé de que somos capazes de suplantar o preconceito e com trabalho e iniciativa, apresentar respostas aos diversos desafios que povoam nossa trajetória.
Companheiros de trabalho... valeu a semeadura. Valeu o sacrifício. Valeu o suor, o sangue, as lágrimas derramadas em prol desta fé, deste sonho, em prol da convicção de que nosso trabalho não foi inútil. Somos o resultado concreto desta labuta. O fruto da semente plantada com fé e regada com muita esperança. Nossa eleição para a direção da Unidade Especializada, traz a mensagem de que acertamos nas nossas escolhas, nossos esforços não foram inúteis, que acreditamos no ser humano.
Os deficientes visuais e seus familiares podem comprovar que são capazes de escrever sua história, dirigir seu destino, alcançar espaços cada vez maiores e melhores. Vários profissionais e todos vocês tornaram possível os sonhos e os planos matutados, discutidos, lapidados por um grupo significativo de profissionais que trabalham e se inquietam pela situação dos deficientes visuais residentes neste Estado. Vocês nos deram à oportunidade de reescrever a história da educação especial dos deficientes visuais. Nos trouxeram a caneta para este ato, mas nós respondemos: "agora a história da educação dos deficientes visuais neste Estado não será mais escrita com canetas, será escrita com punções, máquinas Braille, com programas leitores de tela. Porque a partir deste ato, o deficiente visual não será mas conduzido... ele irá conduzir."
Sim companheiros, iremos conduzir. Conduzir com bengalas longas, com guias videntes, pisos táteis, identificação Braille. Porque o "Ponto de Toque substituiu o Ponto de Vista". Porque os efeitos de nossas deliberações deverão estar ao alcance de nossas mãos, e não apenas a "olho nu". Porque agora, a leitura analítica será priorizada frente a leitura sintética. Porque agora teremos que dispor de mais paciência diante da construção do entendimento; teremos que fazer novas adaptações espaciais, curriculares; teremos que tornar efetivamente a Unidade Especializada a "Casa dos deficientes visuais".
Gostaríamos de agradecer à comunidade em geral e aos demais presentes e dizer que sem vocês a jornada será impossível; a vontade irá desfalecer, enfraquecida pelo desânimo; o entusiasmo dará espaço para o desespero; e o sonho se tornar a uma alucinação absurda. Companheiros e companheiras conforme canta Nilson Chaves:
"E pra que foste plantado?
E pra que foste plantada?
Pra invadir a nossa mesa e abastar a nossa casa".
Que nossa gestão seja capaz de encontrar caminhos, tatear novos
horizontes, saciar a fome e a sede daqueles que aspiram por justiça,
pelo que é belo, pelo que é bom. Seja capaz de "abastar a nossa casa".
Belém, 21 de agosto de 2009
Ilustríssimas Autoridades.
Caríssimos (as) Educandos, familiares, profissionais da UEEs
José Álvares de Azevedo
Jamais poderíamos começar este cerimonial sem agradecer. Agradecer a cada aluno, a cada familiar, a cada profissional que a partir de sua participação nesta Unidade Especializada tornou possível a antiga aspiração das pessoas cegas e sua associação, qual seja,ver a educação dos deficientes visuais do Estado do Pará sendo conduzida por um profissional cego. Muito obrigado por esta oportunidade.
Permitam-me dizer, que isto significa bem mais que uma oportunidade. O ato de cada um de vocês significou a resposta perfeita de cinco décadas de trabalho sério, comprometido, de qualidade pelos deficientes visuais. Significou também, um ato de fé. Fé na capacidade das pessoas cegas em conduzir seu destino, reescrever sua história, superar as limitações de sua condição humana. Fé de que somos capazes de suplantar o preconceito e com trabalho e iniciativa, apresentar respostas aos diversos desafios que povoam nossa trajetória.
Companheiros de trabalho... valeu a semeadura. Valeu o sacrifício. Valeu o suor, o sangue, as lágrimas derramadas em prol desta fé, deste sonho, em prol da convicção de que nosso trabalho não foi inútil. Somos o resultado concreto desta labuta. O fruto da semente plantada com fé e regada com muita esperança. Nossa eleição para a direção da Unidade Especializada, traz a mensagem de que acertamos nas nossas escolhas, nossos esforços não foram inúteis, que acreditamos no ser humano.
Os deficientes visuais e seus familiares podem comprovar que são capazes de escrever sua história, dirigir seu destino, alcançar espaços cada vez maiores e melhores. Vários profissionais e todos vocês tornaram possível os sonhos e os planos matutados, discutidos, lapidados por um grupo significativo de profissionais que trabalham e se inquietam pela situação dos deficientes visuais residentes neste Estado. Vocês nos deram à oportunidade de reescrever a história da educação especial dos deficientes visuais. Nos trouxeram a caneta para este ato, mas nós respondemos: "agora a história da educação dos deficientes visuais neste Estado não será mais escrita com canetas, será escrita com punções, máquinas Braille, com programas leitores de tela. Porque a partir deste ato, o deficiente visual não será mas conduzido... ele irá conduzir."
Sim companheiros, iremos conduzir. Conduzir com bengalas longas, com guias videntes, pisos táteis, identificação Braille. Porque o "Ponto de Toque substituiu o Ponto de Vista". Porque os efeitos de nossas deliberações deverão estar ao alcance de nossas mãos, e não apenas a "olho nu". Porque agora, a leitura analítica será priorizada frente a leitura sintética. Porque agora teremos que dispor de mais paciência diante da construção do entendimento; teremos que fazer novas adaptações espaciais, curriculares; teremos que tornar efetivamente a Unidade Especializada a "Casa dos deficientes visuais".
Gostaríamos de agradecer à comunidade em geral e aos demais presentes e dizer que sem vocês a jornada será impossível; a vontade irá desfalecer, enfraquecida pelo desânimo; o entusiasmo dará espaço para o desespero; e o sonho se tornar a uma alucinação absurda. Companheiros e companheiras conforme canta Nilson Chaves:
"E pra que foste plantado?
E pra que foste plantada?
Pra invadir a nossa mesa e abastar a nossa casa".
Que nossa gestão seja capaz de encontrar caminhos, tatear novos
horizontes, saciar a fome e a sede daqueles que aspiram por justiça,
pelo que é belo, pelo que é bom. Seja capaz de "abastar a nossa casa".
Belém, 21 de agosto de 2009
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